Reforma Tributária exigirá ‘reengenharia’ de gestão; veja as cinco áreas mais impactadas

Com a sanção da regulamentação da Reforma Tributária pelo presidente Lula, as atenções se voltam agora aos impactos que as mudanças trarão para as diversas áreas da economia. Apesar dos reflexos atingirem todos os segmentos, setores como o jurídico e contabilidade, em especial o planejamento tributário, Recursos Humanos e tecnologia, devem ser os mais afetados. Empresas e profissionais que estiverem preparados podem se beneficiar nesse processo de transição.

O empresário contábil, sócio da HB Realiza Contabilidade e parceiro da plataforma de gestão Omie, Jorge Martinez Jr., faz um paralelo, guardando as devidas proporções, da reforma com a pandemia de Covid. Para ele, as consequências das mudanças trarão oportunidades para quem souber aproveitar e queda de desempenho para quem não estiver preparado. Ele entende que o momento é ideal para que empresas e profissionais iniciem a preparação.

Reforma Tributária exigirá ‘reengenharia’ de gestão; veja as cinco áreas mais impactadas

“Se na pandemia os médicos cuidaram dos pacientes, na reforma [tributária] serão os contadores e os advogados. São eles que cuidarão da saúde das empresas. Impostos afetam diretamente o lucro das empresas. Dessa forma, o empresário precisa entender de quem ele vai comprar, como vai precificar, precisa se programar para a mudança”, afirma Martinez Jr.

A presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos, Eliane Ramos, comenta que apesar de os impactos da reforma ainda estarem distantes, as empresas e os profissionais precisam se preparar para essa transição.

“Quem estiver preparado para atender às demandas que surgirão sairá na frente”, destaca.

Confira as cinco áreas que terão maior impacto, segundo a plataforma de Gestão Omie:

1 – Área jurídica

A reforma tributária fará alterações nas leis. Tanto nas complementares, quanto nas ordinárias e regulamentares. Isso representa um novo começo, especialmente para os advogados tributários.

“Serão novas considerações, interpretações e cenários. Não haverá mais resposta pronta ou precedente. Quem trabalha nesta área precisará retornar sempre ao texto legislativo antes de seguir com processos, tanto de forma preventiva quanto de forma corretiva, e essa análise vai diferenciar os mais qualificados”, explica Martínez.

2 – Planejamento tributário e financeiro

Os profissionais destas áreas serão muito demandados para garantir a eficiência no uso do capital e das novas formas de comprar, vender e planejar. De acordo com Martinez, as empresas precisarão refazer toda a estratégia de negócio.

“As novas leis farão com que sejam priorizados investimentos que tragam benefícios fiscais e melhorem a eficiência operacional. O aumento de interesse por essas profissões ocorrerá devido à maior preocupação em garantir que a transição tributária não seja prejudicial”, completa.

3 – Contabilidade

A nova legislação foi feita para simplificar, mas pode gerar dúvidas. Durante a implantação, o contador precisará agir de forma ainda mais estratégica para guiar o empresário, conforme explica Martinez. “Ele terá que se atualizar e investir em dobro no conhecimento próprio e da equipe para não ficar presos em uma realidade tributária que não existe mais”, alerta.

Profissionais de compliance também serão necessários, na visão do empresário, já que os negócios vão precisar de orientação estratégica para se adequar.

4 – Tecnologia

Ele também elenca os técnicos, desenvolvedores, especialistas em segurança digital e profissionais de inteligência artificial como profissionais cada vez mais requisitados. Sistemas e softwares já auxiliam na gestão tributária, no controle contábil, financeiro e outros departamentos relacionados a tributos e impostos. Com as mudanças, eles podem ser ainda mais desejados.

“A tecnologia será necessária tanto internamente para extrair as informações das empresas dos clientes, quanto nos escritórios de contabilidade e de advocacia para que a gente possa processar todos os dados e o cliente não perder tempo. Pois ele terá que tomar decisões rápidas. Do contrário, pode correr o risco de quebrar”.

5 – Gestão de pessoas – Recursos Humanos

O especialista ressalta que a reforma não trará apenas redução de tributos, mas equiparação, o que pode trazer aumento de custo para diversos setores. “Com isso, antecipação, monitoramento, atualização contínua e comunicação clara serão os grandes desafios do setor de gestão de pessoas. Será fundamental equilibrar a carga tributária sem perder a competitividade por bons profissionais”, finaliza.

 

Fonte: Diário do Comércio

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